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Você tem religião? Se tem, qual é?

sábado, 30 de julho de 2011

HUMILDADE E GRATIDÃO


Irmãos que nesta presente hora encontrais terrenos, humanos como bem dizeis. Encarnados irmãos. Vim falai-vos a respeito de humildade e gratidão. Existem duas joias mais preciosas que estas? A humildade é uma das virtudes mais sublimes do Espírito. Por meio da humildade o homem, o ser reencarnado se afasta dos valores do mundo denso e pesado. É por meio da humildade que as futilidades das ilusões humanas vão se dissipando. A humildade é uma sabedoria contrária a qualquer sabedoria humana. Todo homem deveria saber que as inteligências do Espirito não se aprendem em academias, nem se ensinam em cursos.  Todo homem deveria saber que a sabedoria do alto não se desenvolve em teorias. Um homem pode se vangloriar por ser inteligente na Terra, por manipular muito bem as teorias da Ciência, as lógicas da Filosofia, as ideologias da Metafísica. Enfim, o homem pode saber teorizar, matematizar e  estruturar. Pode um homem usar da inteligência para aprender diversas coisas terrenas. Pode usar do Conhecimento para descrever qualquer coisa terrena. Pode usar do Intelecto para repetir qualquer conceito terreno.  Para estas atribuições meramente terrenas o homem pode se dar ao tempo que for diante dos livros e da dialética. Assim, que baile o homem com sua ignorância pisando na crosta frágil da inteligência, do conhecimento e do intelecto. Mas, jamais pisará no chão suave e fluídico da Sabedoria. Esta só pode vir do alto. Logo, com não muita reflexão e por meio da prece o homem percebe que há valores que não se aprendem em cursos por mais avançados que estes cursos sejam. Pois estes tais valores veem do alto. Provém de combates vencidos contra a ignorância na arena dos quintais dos mundos pelas experiências existenciais. Humildade não se aprende na Terra da maneira convencional do chamado ensino – aprendizado. A humildade é uma conquista do Espirito. Pode ser conquistada ao se buscar a sabedoria do amor. O ser humilde já venceu a carne, já venceu o mundo. A humildade em si mesma é verdadeira comprovação da vitória sobre a carne. O homem humilde está muito mais voltado para o Espirito do que para a ilusão da carne. O que ilude o humilde? O que faz o humilde exaltar-se? Nada pode fazer o humilde se exaltar, nem se vangloriar, nem se sentir maior. Nada na Terra pode fazer o humilde trair a doçura da graça da vida por qualquer oferenda de prêmio, dinheiro, ouro ou qualquer bem material. O humilde sempre está inserido na paz de sua humildade. Assistimos homens humildes negarem muitos bens terrenos por amor á vidinha simples que levam num lugar que amam, rodeados das pessoas que amam. Nada compra o humilde. Nenhum valor terreno compra o humilde. O humilde está muito além de qualquer vaidade. Não existe vaidade alguma no Espirito humilde e nem desejo material algum. Não existe nenhum orgulho e nenhuma ilusão no Espirito humilde. Não existe arrogância e nem exaltação no Espirito humilde.  O Espirito humilde já venceu o mundo.
A gratidão é também sabedoria que vem do alto. Aquele que é grato sempre renova o amor do amigo. O Espirito grato sempre multiplica os talentos que recebe, sempre multiplica as sementes que recebe. O Espirito que tem gratidão sempre jorra amor no seu semelhante porque sempre está fazendo o seu próximo se lembrar do bem que fez e, relembrando o bem no próximo acaba por animar a bondade do próximo que muitas vezes está desanimada por falta de reconhecimento. E se a bondade não está desanimada, mesmo estando ativa num Espirito sábio carece da gratidão para que reconheça em si mesma cada vez mais o seu valor para com os seus semelhantes. A gratidão faz bem ao que a dá e ao que a recebe. Faz bem ao que a dá porque este por meio da gratidão exercita a humildade e o amor dentro de si e, faz bem ao que recebe porque este multiplica as ações que lhe renderam gratidão.  Os encarnados que se querem bem se beijam e se abraçam, mas o beijo e o abraço entre os Espíritos é a gratidão. Todo homem precisa viver em humildade e gratidão. Nenhum homem deve exaltar a outro homem, mas os homens entre si devem a gratidão uns aos outros. E a gratidão deve ser verdadeira.  As palavras devem proferir sempre a gratidão. Toda palavra boa deve conter em seu teor as expressões que se fazem gratidão. Agradecendo ao irmão pelo bem que lhe faz. Nós sabemos que tanto os amigos quanto os que se dizem inimigos são importantes e fundamentalmente importantes para a aprendizagem dos Espíritos encarnados em sua jornada de adiantamento para a evolução. Mas, todo homem deve ser grato ao que se diz inimigo sem expressar a ele esta gratidão para não ofendê-lo ao fazê-lo saber que sua ignorância é ferramenta de exercício para o Espirito perseguido. Pois é sabido que o perseguidor pelo sofrimento que causa ao perseguido é uma ferramenta de exercício onde o perseguido sendo bom saberá usar toda ofensa, toda humilhação e todo sofrimento como material de fortalecimento do amor e da compreensão. Mas, aos amigos que lhe fazem o bem, todo homem deve expressar gratidão sempre.
Um homem humilde e cheio de gratidão já produz energias muito benéficas a si mesmo e aos seus semelhantes. Pois é então portador de duas faculdades que veem do alto. Mas, além da gratidão e da humildade há também outras virtudes que vem do alto e, entre elas está a esperança e o amor. Um homem com esperança sempre acredita que o melhor sempre lhe acontecerá. E um homem com amor sempre faz o melhor na vida dos seus semelhantes. Porém a esperança deve estar firme numa base sólida e esta base é a fé. Um homem otimista é apenas um otimista como já tem dito o irmãozinho Mecame, admoestando os irmãos de que até os homens maus podem ser otimistas. Porque se a esperança provém do otimismo, então ela é terrena, faculdade humana construída sob as teorias e mensagens das orientações oriundas da Ciência da Psicologia e suas ramificações transformadas em novelas de auto-ajuda ou ensaios. Não tem base para se manter e tem tempo escasso, logo se esvaindo. A verdadeira esperança deve ter como base a fé firme em Deus.
Um homem de fé, humilde, cheio de amor e  cheio de gratidão e esperança produz energias ainda mais sublimes.  Queridos, o que são os Espíritos Evoluídos senão aqueles que por meio das suas experiências buscaram e encontraram a fé, a humildade, o amor, a gratidão e a esperança?
É com muito amor que agradeço a oportunidade de deixar esta  mensagem, cujo o tema já havia sido apresentando antes ao irmão que escreve, mas por motivo de existirem outros irmãos a minha frente, o irmão que escreve anotou e está enviando para vós alguns dias depois de ter recebido. Eu não podia passar a frente dos irmãos que também trouxeram mensagens.
Agradeço ao irmão que escreve. Deus te abençoe e, agradeço a todos que lerão. Que Deus  abençoe a todos vós.
( Espirito não se identificou)



terça-feira, 26 de julho de 2011

ENERGIAS QUE SE LIGAM POR AFINIDADE - AMOR


Amores meus. Irmãos queridos. Sinto este amor por vós porque estão tão em mim. Não podem saber como estão em mim. É muito tênue a linha que vos separam entre vós também. Sóis Espíritos, como bem dizeis, embora não compreendeis tão bem quando dizeis que sois Espíritos. Entre os Espíritos que chegaram á pureza não existe mais esta linha. São extremamente ligados, como uma onda elétrica num fio condutor. Um fio sem fim, mas onde a onda existe inteiramente coesiva. Eis, o nosso amor por vós, que ainda não compreendeis. Sois também esta energia. Todo e qualquer Espirito precisa desta conexão. Como explicaríamos o amor aos Espíritos encarnados e como explicaríamos àqueles que ainda desencarnados não compreendem? Se amor para vós é sentimento. Sim, não é assim que vós pensais? A humanidade tem denominado todas as coisas. Denominam até o que não dominam. E chamam de sentimento algo que nós já sabemos que é uma necessidade. Nós também chamamos de amor esta existência. Por que não chamar de amor? Mas, o que não sabem é que antes de chamar de amor, nós sabemos o que é. É uma realidade de existência necessária, que posso dizer realidade de existência de uma energia que precisa estar ligada. É estranho para mim usar palavras, não falamos mais usando palavras. Utilizo-me das palavras deste Anjo que escreve. Ele é todo boa vontade e todo receptivo á luz, mas como encontrar nele algum termo que expresse a sabedoria do que eu sei? Se pudesse não diria palavra alguma e vos enviaria diretamente a sabedoria para vossos conectores de pensamentos, mas vossos conectores saberiam decodificar esta virtude? E estariam prontos para receber a tamanha força da intensidade dessa virtude? E como que os Espíritos ainda ignorantes poderiam guardar tão profundo valor? A condição do estado do Espirito encarnado ainda não pode receber o que temos. E o que temos também foi conquistado com muito trabalho de muitas existências experienciadas. Mas, por esta luz que vós chamais de amor e que ainda não compreendeis em sua magnitude e, que nós não chamamos de nome algum, pois é algo maior que qualquer palavra vossa não poderia nomear, mas por esta grandeza de amor é que procuramos utilizar das palavras para vos entregar sabedoria e ajudar-vos em vosso adiantamento. Vossa humanidade se adiantará, como aos poucos tem se adiantado. E haverá tempo bom em que mais experimentados reencarnareis já cheios dessa energia. E não sereis mais tão limitados. Por hora, amores meus, os encarnados ainda precisam crer no que não vêem, como ensinou o verbo que se fez carne. Por hora , ainda precisam todos da fé. Não somente encarnados, mas muitos outros fora da carne também. Haverá o tempo em que o que quero que entendeis, que ainda chamais de amor, existirá somente e será suficiente. Não haverá a necessidade da fé, nem mesmo da esperança. Mas, ainda não é chegada a hora. Muito adiantamento ainda precisa ser atingido. Quando chegarem a esta graça, saberão porque o Reino de do Pai é tão glorificado. Quando os Espíritos se fazem carne penetram por intermédio da carne á densidade deste mundo que chamais Terra. Fora da carne, ainda vivem na condição do que chamais de perispírito. São longos os tempos de experiência. Muitas existências. Quando puros poderão todos os Espíritos vivenciar o que vivenciamos. Sabeis, quando os encarnados se unem para a prece tudo é muito jubilante porque são todos energias em suas essências. Nós amamos sentir. Estamos presentes. Somos evocados como vós dizeis em vossas preces. E gostamos de ser evocados. Não viríamos se não fossemos evocados. É assim, como uma solicitação, como o amigo que pede ao seu amigo que ande ao seu lado. Sabemos o que desejam, mas solicitamos que nos chamem. O pensamento podemos ouvir, mas vós não ouvis os pensamentos dos vossos irmãos. E o amor entre vós é o que nos compraz. Por isso a palavra ser necessária. Somos evocados pelos pensamentos antes que as palavras nos evoquem, mas como testemunho entre vós, para que entendais o que está no pensamento do vosso próximo, a palavra é vosso veículo. E atendemos a palavra não só por isso, mas também porque é a palavra um auxiliador na manutenção e intensificação do que se pensa. Estamos em todas as preces. Estivemos na prece ao Espirito que chamais Archer. José bem disse o que o Espirito que recebeu a prece precisa. E estamos prontos a auxilia-lo, mas este Espirito sabe bem o que quer, e sabe que depende muito mais dele. Assim, como estivemos e vamos sempre estar em todas as preces feitas nesta comunhão e, sempre prontos para auxiliar o irmão a quem a prece for dirigida. Vou reafirmar que é necessário que os Espíritos em carne e fora da carne reconheçam que são energias. Energia é a melhor palavra vossa para tentar expressar o que são. Portanto são muito mais irmãos do que o que imaginam. Muito mais ligados do que imaginam. Poderiam ler um a mente do outro, caso houvesse adiantamento maior. Digo assim para que entendam o quanto estão ligados. E fazer caridade para quem tem esta compreensão não é favor nenhum, na verdade é luz e graça, jubilo e virtude para quem faz. Vou pedir para o vosso irmão Mecame terminar como fazeis nas preces, porque preciso ir agora. O irmão está cansado e sinto o seu cansaço. Deixo-vos a benção amores.
( Espírito não se identificou)

Irmãos, a paz de Cristo a todos. Quero pedir perdão a todos. Estou longe de ser o irmão que gostaria de ser para todos vocês. Gostaria de falar sempre com mais amor para que recebessem as palavras como o mel que adoça a língua. E na verdade não consigo ser admoestador, como vocês dizem: “Puxar a orelha”. Tenho tanto amor por todos vocês que não posso ser duro. Não posso ser duro, não quero ser duro, não conseguiria ser duro, mas ainda sinto que poderia amá-los mais ainda. Sinto o Espirito que falou ao meu ouvido, muito cheio de amor, falando em pensamento numa sincronia com as palavras que posso usar para tentar codificar o que passa o Espirito. Outros falam e eu ouço como se ouve alguém encarnado falar. Mas, posso dizer a vocês que compreendi que o Espirito nos admoesta a sermos reconhecedores de que somos Espíritos. Reconhecedores de que somos esta energia que Ele disse. A energia que somos pode ser cada vez mais capaz de produzir e assim emanar e captar, captando tudo. Depende do estado de Espirito de cada um de nós. Então, vamos buscar o melhor estado, sendo cada vez mais verdadeiros, cada vez mais justos, cada vez mais amorosos, prestativos, compreensivos, cheios de paz e amor, produzindo alegria, mesmo que o mundo nos induza á tristeza. Mas, temos que vencer o mundo. Foi assim que Cristo nos ensinou. As faculdades mediúnicas são dadas por missão e são missões de expiações. Mas, aos irmãos que desejam doar amor e caridade, as faculdades são também distribuídas, pela boa vontade de amar e auxiliar, muitas vezes as faculdades são dadas como ferramentas de auxilio e ao mesmo tempo como complementação do estado de Espirito que se adquire. Cresça o homem em moral e ainda mais a mente se abrirá. É uma realidade. Podíamos dizer que as faculdades mediúnicas se tem ou não se tem de maneira ostensiva e, é verdade. Quem tem ostensividade reencarnou ostensivo, quem não tem não terá, pois não reencarnou ostensivo, mas se o trabalho da caridade for cheio de luz, pode-se até se desejar a faculdade que possibilitará maior auxilio e assim, com um estado de Espirito dentro da moral justa a sabedoria vem do Reino. Para aquele que reencarnou ostensivo, lhe é dado o direito de ser mal, perverso e imoral, pois também recebe o livre arbítrio. Para o que não reencarnou ostensivo exige-se que seja um exemplo de caridade e moral para si mesmo. Dentro de si mesmo. Neste caso do que não reencarnou ostensivo, não lhe é dado livre arbítrio para trilhar os caminhos da desventura e da ignorância, porque a ostensividade será neste caso alcançada pela conduta que se apresentará no seu interior e na relação com seus semelhantes. Assim, o Espirito que nos deixou a mensagem nos diz que somos ligados por esta energia, se há comunhão com a luz há amor, se não há comunhão com a luz então não há amor real. Assim, podemos entender que quanto mais formos bons mais estaremos nos ligando á Vinha do Amor. E a energia que somos tem ondulações que podem penetrar o Reino de Deus ou podem ondular para a negatividade e o desvio ao lado oposto da luz. Mas, vamos chamar de amor, pois é assim que compreendemos a relação benéfica entre os Espíritos encarnados na relação entre si e na relação com os desencarnados.
Que Deus abençoe a todos
Fiquem com o amor de Cristo irmãos
Amém

( Mecame)

sábado, 16 de julho de 2011

O MEU AMOR O NOSSO AMOR


1959. Era o dia primeiro daquele janeiro. Deixei a família e me dirigi para o litoral. Eu tinha um jeep opala vermelho. Nunca havia saído da cidade e apanhado a estrada, mas aquele dia eu estava vazio por dentro. Completava duas semanas que havia perdido o amor da minha vida. Sabem o que é o amor da vida? A gente passa grande parte da vida com alguém, não se sabe por que, se por atração ou ilusão, não importa. Tudo é assim. A gente passa um tempo com alguém e se engana. Engana a si mesmo e engana o outro. Os dois sabem que não se amam, mas por algum motivo vão se levando, cobrindo os dias, disfarçando com comemorações, dias dos namorados, dia do aniversário que se conheceram, dia do aniversário dela e da gente. O tempo vai passando, até que beijar não tem sabor algum, abraçar passa a ser uma procura de consolo para aliviar a solidão que se tem. Mas, o amor da vida não. Não é assim. O amor da vida é especial, tudo é especial. Eu ficava parado olhando cada detalhe de cada movimento dela. Nada eu podia perder. Nada que partisse dela. E como um magma ela me atraia como se fossemos feitos de compostos químicos homogêneos. A minha pele gritava pela pele dela, o meu corpo necessitava do calor do seu corpo. Eu sorria no sorriso dela. Era como um Anjo. Era como se fosse uma parte de mim. O som de sua voz me fazia delirar de amor, como o mais lindo cântico. O cheiro dela era diferente, algo que eu nunca sentira antes.  Ao seu lado era como se eu estivesse sob a mais frondosa árvore num dia quente de verão. Ela deitava a cabeça no meu colo e eu sentia que estava segurando a entidade mais delicada do mundo, um tesouro de Deus. Quando ela olhava dentro dos meus olhos eu ia entrando em mim numa doçura tão cheia de paz que não precisava pensar em nada, mas só vivenciar o momento como se flutuasse no ar. Ela era a brisa da minha tarde de amor, o sol da minha manhã de ternura. Ela construiu um mundo novo para mim. Um mundo em que eu era todo coração. Eu não ouvia mais canções, não lia mais romances, ela era a minha canção, o meu romance. Com ela nada mais me faltava. Tudo era repleto. Ás vezes ela me dizia: “Ei, amor, estou falando com você”. E eu estava no mundo da lua. Não era falta de atenção, era excesso de atenção. Tudo o que era ela me hipnotizava.  Ela dizia uma palavra, e eu ficava tentando reproduzir em minha audição o som da voz dela. E muitas vezes eu dizia: “O que você disse mesmo?”. E eu sabia o que ela havia dito, mas precisava ouvir de novo. Eu amava todas as palavras no som de sua voz.  E, naquele dia de réveillon eu saí ainda de madrugada, todos ainda soltavam fogos. Todos felizes, mas eu não. Eu estava em pedaços. Logo que cheguei à praia, sentei na areia e fiquei pensando nela. Eu tinha que ir ao encontro dela. Onde estaria? Eu nem sei se acreditava na vida depois da morte, mas depois que a perdi sentia que ela estava em algum lugar. Eu precisava reencontrar o meu amor.  Não sabia se deveria deixar um bilhete para família me despedindo. O que fazer? Por que levei o carro? Não deveria ter ido de carro, assim encontrariam o carro e seria pior, uma notícia de morte triste num inicio de ano.  Foi ali onde eu estava sentado que a vi pela ultima vez, bem ali. Reconhecia tudo, cada grão de areia. Ela correu para o mar ainda sorrindo e me dando tchau, foi e não voltou. De longe o meu amor se afogava. Eu não sabia nadar, mesmo assim corri para a água, mas o salva vidas me segurou , dizendo que tinha que saber salvar senão seria pior, então o salva vidas foi e voltou com o meu amor já morto, sem vida. E naquele dia todos os meteoros e todos os pesados astros do céu caíram sobre a minha cabeça. Deram-me tantos calmantes que nem me lembro por quanto tempo dormi. Não vi velório e nem enterro. O melhor é que eu estava ali, estava no mesmo lugar e eu sabia que ia encontrar o meu amor. E fui. Fui ao encontro do meu amor, em direção ao mar. Fui e não encontrei. Eu me afoguei, engoli muita água e voltei para a areia. E fiquei ali. Fiquei por muito tempo.

Então, aprendi a nadar e pus-me a procurar o meu amor. Fui até ao fundo do mar. Mas, nada de encontrar o meu amor.

Depois de muito tempo que não sei quanto, os estranhos que eu sempre via olhando para mim se aproximaram. Sabiam tudo da minha vida e me convenceram que eu havia morrido também. Então, perguntei a eles onde estava o meu amor e eles disseram que estava bem, muito melhor do que eu e, se eu quisesse vê-la teria que ficar bem também. Então, eu os segui e fiz tudo o que me mandaram. Fiquei bem. E ao passo que ia ficando bem, ia compreendendo que o amor é algo muito maior do que eu pensei. E quando eu estava pronto, eu me encontrei com o meu amor. Choramos muito, conversamos muito, combinamos muitas coisas para a próxima reencarnação. Pedi perdão por ter me suicidado, mas ela disse: “Não, querido, você não se suicidou. Estava perturbado e alucinado pensava que realmente me encontraria e me salvaria ainda encarnada”. Então, eu entendi porque não fui para o lugar dos suicidas. Ninguém me dizia e ninguém me respondia por quê.  Logo vou reencarnar. Não foi permitido que nos encontrássemos nesta próxima reencarnação que teremos. Não sinto mais por ela o que senti na Terra. Era uma ilusão. Uma ilusão terrena. Mas, mesmo sendo uma ilusão terrena, todos aqui dizem que foi um lindo amor. Porque reconhecem os sentimentos quando estamos reencarnados. E aqui conhecemos outros casais, alguns ainda se amam presos ao que sentiram na terra. E reencarnarão como mãe e filho, ou como irmãos, ou como neto e avó para se curarem do amor dual. Mas, o que sabemos aqui é que o amor na terra entre duas pessoas sempre existirá para que por meio deste amor, trabalhem a moral e se encontrem em famílias formadas. Sem o amor entre casais não se teria o respeito e, a ilusão pelo sexo geraria uma bagunça. Por isso dizem aqui que o amor de casal é lindo. Eu vou reencarnar e quero viver um amor tão lindo como o que eu vivi com a minha adorável Madalena. E que Deus me ajude para compreender o limite do amor. Quando se vive muito tempo com um amor, a velhice vai curando a ilusão do amor de casal e o amor vai se tornando amizade, uma doce amizade, mas quando se desencarna cedo antes de envelhecer, o amor permanece e dói muito. E todo amor terreno precisa se tornar amizade. E os Espíritos daqui sabem disso, por isso veem o amor a dois com muita ternura e até auxiliam os casais terrestres a se encontrarem na Terra. Pois, todos sabem que ao chegar aqui irão reconhecer que o amor a dois só existe na Terra e é um grande presente de Deus. Aqui o amor se cura e passa a ser coletivo e fraterno. Todos irmãos.

Deus abençoe a todos  e obrigado pela oportunidade

(Espirito Carlos)