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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O Exercício do Amor

Dizem os irmãos e as irmãs que amar é difícil. Dizem até que perdoar é muito difícil Mas, nós somos seres feitos para o exercício. Por isso tantos vícios. O hábito nos faz. A assimilação do conhecimento se dá por repetições. Certa vez me vi tentando contar quantos perdões eu havia dado, quantas expressões e gestos de amor eu havia feito. Quantas vezes eu socorri alguém com fome, frio, sem teto ou enfermo. A Doutrina Espírita, os ensinamentos do mestre Jesus e o auxilio dos Espíritos Protetores, fizeram-me entender que eu precisaria compreender que todo espírito é criado puro e ignorante, assim eu saberia que todo feito mal é uma atitude inocente diante da realidade da ignorância que somos. Assim, eu poderia entender que o irmão que não ama não significa que odeia, mas sim significa que não aprendeu a amar porque ainda passeia pela ignorância. Por ser alguém em aprendizado não tem culpa por ser rebelde, apesar de ser o responsável pelo ato que produz o mal e, que pela graça da Lei Divina há de reparar suas práticas más.
O amor me vem primeiro pelo pensamento, ganha os meus sentimentos, produz em mim emoções e torna-se prática, como em todo processo evolutivo. Mas, se eu não praticar o amor, como vou me lembrar das emoções que ele causa? Como vou me lembrar dos sentimentos que o fazem e, como vou lembrar-me dos pensamentos que me levam ao amor?
Eu olhei para o meu irmão e vi nele a mesma necessidade que a minha. Ele estava num estado inferior ainda, estava ignorante. Reconheci na ignorância dele a minha própria ignorância. Ele encarnado nada sabe. Lembrei-me do Cristo: “Pai, perdoe-os, pois eles não sabem o que fazem”
Então, eu entendi que podia praticar o amor. Sim, eu podia. Se não havia em mim condições cognitivas para amar. Se não havia em mim pensamentos que me levassem ao amor. Se não havia em mim sentimentos para me emocionarem e conduzirem-me à prática do amor. Então, eu podia praticar o amor e por meio da prática sentir o que o amor geraria dentro de mim.
Passei a praticar o amor , mesmo sem ter os sentimentos e os pensamentos  que caracterizam o amor ( o mesmo processo de todos que um dia aprenderam a sentir o amor)e, o amor foi se tornando real dentro de mim. Cada ato de caridade e auxilio que eu fazia produzia em mim sensações incríveis ao ouvir o agradecimento do auxiliado, ao vê-lo feliz com os olhos brilhando de alegria. Descobri quanto é maravilhoso o exercício de dar um prato de comida para o faminto, de dar um cobertor ao friento, de oferecer um teto ao mendigo, de possibilitar uma sobrevivência ao largado.
O melhor era olhar nos olhos do auxiliado e tentar expressar na mais profunda intensidade o quanto me interesso pela sua vida. E saber que ali foi plantada uma semente de esperança. Pois aquele que havia perdido a esperança do amor, pasmou-se ao encontrar o amor. Não o amor daquele que doa por piedade apenas, mas que doa também por amor, por saber que o próximo precisa do mesmo que todos nós precisamos e, assim darmos ao próximo aquilo que daríamos para nós mesmos.
Exercitar o amor é promover a sua prática. Aquele que pratica o amor também caminha com o amor e torna-se amor. Pois conquista o pensar e o sentir amor.
Pratiquem o amor.