Maiores risos, menores amores e
luzes que retorcem pela eco dos vãos olhares que exprimem a
lógica das canções da alma. Quisera eu ser um
cavaleiro do amanha, uma luz que ilumina a estrada dos socorros onde
os sinos se dobram e as vozes ecoam. Quisera eu poder acender a luz
da noite e desenhar um sol no coração das trevas, para
que o pranto se convertesse em riso e para que o riso se convertesse
em flores primaveris de sonhos e encantos. Mas, a vida é isso
mesmo, mais doce que o mel das oliveiras, mais doce que o beijo da
amada. Eu ganharia as minhas asas para a liberdade dos mundos e nunca
sucumbiria á tona. Abraçaria os fiéis ventos do
sul que carregam a brisa para o verão e tudo seria paz, paz
eterna e graça infinita. Venham irmãos, venham sonhar
com a fronte acalantada de cores. A brisa tarde chega e a manhã
espera, a noite surge por detrás dos montes. As velas balançam
no oscilar das ondas. Os Anjos avisam que é chegada a hora. A
hora é toda hora, não há hora para ser hora,
todo dia é dia e toda hora é hora e , não há
dia e não há hora. O momento é o agora. Abra os
braços, grite bem alto, grite um sinal de esperança,
levante as velas meu amado. Eis que o o destino nos leva sob os remos
da liberdade. Poderia se quisesse remar ao norte, ao sul, leste ou
oeste. O que te impede? Sabe para onde vai? Oh, não sabe! Sei
que não sabe. Quem sabe? Mas, está no caminho, embora
não saiba o destino. Pior seria estar em algum lugar sem
caminho. Eu? Sei que quer saber quem sou. Sei, sei como é
curioso o teu olhar, sim, o teu pensar, teu falar, teu agir....E quer
saber quem sou. O que importa? Vamos nos encontrar nas curvas dos
destinos. Levarei meu arco-iris encantado, como um desenho de menino
e me reconhecerá. De onde? Não o sei eu. Nem o sabes
tu. Pelas liberdades desta prisão terrena, vaguei por muitos
estádios. Bebi de todas as coisas líquidas que matam a
sede, que matam a alma. Comi, fumei. Inseri coisas no corpo que ainda
vivo estava. Dancei muitas vezes, bêbado, briguei de braços
e pernas, xinguei. Nunca tirei a vida de ninguém. Não,
não , não. Não tirei a graça do corpo que
se movimenta pela magia do Espirito. Não, de maneira nenhuma.
Nem que mil piratas me fizessem morrer aos goles de água
salgada. Minha liberdade era uma lira, ás vezes desafinava, ás
vezes quebrava-se o cordão, mas nunca deixava de tocar a
canção da vida. Na Terra ou em qualquer lugar,
apaixonado eu sou pela liberdade. Posso amar, amar muito. Eu digo
muitas coisas, sim, eu digo. Amo as palavras, não é um
jogo sem sentido. Ah, gratas e gratos irmãos , vim visitá-los
porque danço com a vibração de vossas canções
desenhadas em letras, nas quais ouço o vibrar sonoro de vossos
pensamentos. Lembram-me nestes momentos, minhas peripécias ao
mar. Do que serve minha mensagem? Sim, querem saber. Eu sei, disse
que sei que são curiosos. Eu digo, digo agora mesmo, gratos e
gratas: “ Eu não sei”. Tudo o que sei é que sou
feliz. Feliz como um menino a correr pelo campo, mirando as
flores,sentindo o vigor do corpo de ser menino. Logo que desencarnei
fui salvo. Assim, dizem os que comigo estão, fui salvo. Salvo
de que? Salvo de ser escravo de mim mesmo. Mas, nunca fui escravo de
mim mesmo, pensava eu. Fui levado para a festa do amor. Logo todos
amavam , todos eram livres. A liberdade é sempre minha, é
sempre sua, é sempre de todos. Sou livre aqui. Não
temos tempo, o tempo é todo da liberdade. Amar é
liberdade. E se as flores aqui são multicores, se os ventos
são brisas? Ora, é aqui o que quisermos que seja.
Alegria e amizade. Então, volito bem alto, no alto que não
existe, nada existe, nem alto nem baixo , volito pelos infinitos de
mundos, feliz, riscando o nada, desenhando no invisível, mas
carregando graças e bençãos, sou também
útil, deveras nunca fui inútil nem na Terra e nem em
espaço algum. Ser livre nunca me impediu de ser auxilio. Ser
auxilio sempre, por amor e alegria. Gratos, gratas, irmãos e
irmãs tenho que partir agora. Já indicam os amados
companheiros que permitiram-me a falar-vos, que tenho que ir. Talvez
fale eu mais do que o que necessitais. Deixo-vos uma última
palavra: “ Amém a liberdade, sejam livres, não deixem
que nada vos assaltem a liberdade de serem donos de si mesmos. Amem o
Pai Criador, ao Cristo Pacificador a todos nós deste lado de
cá, e amai-vos uns ao outros do lado daí. Nunca se deixem
dominar por nada. Sejam livres e donos de suas próprias
consciências. Deus Abençoe gratos e gratas.
( Espirito não se identificou )